As artes plásticas, o teatro, o cinema, a fotografia, a música e tantas outras formas culturais nem sempre estão dentro do contexto de muitas famílias, principalmente das mais humildes. A arte é um importante trabalho educativo, pois estimula a inteligência e contribui para a formação de personalidade do indivíduo, foi pensando nisso que estudantes de classe média resolveram ir até comunidades carentes e passar um pouco da cultura artística para crianças.
David Mercado Faustino, estudante de Ciência Política na UnB, participa do Projeto do GDF “Escola Integral”, financiado pelo Ministério da Educação que visa dar atividades para os alunos matriculados na quarta série na escola classe de São Sebastião no período contrário ao das aulas deles.
“Quem dá essas aulas são alunos que já se formaram no ensino médio e já tem aptidão em alguma área, ai desenvolvemos na escola atividades de teatro, cinema, xadrez, até matemática e judô”, diz Faustino.
O grupo é formado por 12 jovens que trabalham em duplas. Para que fique melhor o planejamento das atividades e as aulas acontecem apenas de terça e quinta.
Faustino acredita que esse trabalho ajuda na educação, forma pessoas mais humanas, desenvolve noções de trabalhos em grupo e o interesse por leitura, eles se empenham mais nos estudos, já que só tem direito as aulas quem frequenta também aulas de disciplinas curriculares, ele acredita que estão no caminho certo, e que apesar de cometerem alguns erros este é o caminho.
O projeto começou dia 05/04/2011 e Faustino diz que percebe que houve um recebimento muito bom da parte de alunos e monitores, que saíram de lá muito empolgados, os pais das crianças aprovam o projeto, sentem segurança e gostam da ideia dos meninos não ficarem à toa em casa e nem na rua.
Questionado a Faustino como o projeto pode influenciar na vida das crianças é respondido que as atividades são pensadas para estimular a criatividade. E ele realmente acredita que essas oficinas dadas dessa maneira podem fazer com que os alunos não pensem mais na escola como um lugar entediante, mas sim um lugar onde podem se divertir, um lugar para se criar.
Nilo Santos, estudante de cinema e mídias visuais do Iesb, participou do projeto “Caravana Buriti” na qual percorrem nove cidades do Centro-Oeste, partindo de Brasília e passando por oito cidades de Goiás e uma do Mato Grosso do Sul fazendo oficinas de música, circo, corpo e expressão entre outras. Ele registrou, filmou e fotografou tudo o que acontecia.
“A experiência foi muito boa, conheci cidades que não fazia ideia que existisse, pude fazer meu próprio trabalho, minhas próprias fotos, conhecemos muitas pessoas interessantes. Vi que o Brasil ainda esta muito longe de ter escolas bem organizadas, muita cidade pobre, escolas precárias, foi uma lição de vida muito interessante onde pude refletir e abrir minha cabeça com outras coisas. O recebimento do público não poderia ter sido melhor, aonde nós chegávamos o pessoal ia atrás para saber quem somos, as crianças corriam atrás da caravana, nas apresentações e oficinas sempre se enturmavam, respeitando nosso trabalho, depois do teatro elas tocavam, e conheciam os instrumentos usados nas peças, dançavam igual aos personagens, e desenhavam as histórias que mais gostavam”, conta Santos.
Mesmo fazendo parte de grupos diferentes, Santos e Faustino acreditam que esse tipo de ação que os jovens estão tendo em relação a aproximar as crianças mais carentes da cultura é extremamente importante para o futuro da sociedade, dizem que o trabalho criador faz com que os indivíduos desenvolvam sua imaginação, aprendem a conhecer melhor suas emoções, libera tensões, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e ainda forma hábitos de trabalho. Eles ainda acreditam que quanto mais ações assim forem feitas, melhor será o crescimento cultural da população.
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